Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo: reflexões além da data

Todo dia 2 de abril, o mundo se veste de azul para falar sobre o autismo. Mas será que este é um dia de comemoração? Como pessoa autista, não vejo motivos para celebrar enquanto tantas barreiras ainda nos cercam. A conscientização precisa ser mais do que palavras bonitas: precisamos de ações reais, mudanças estruturais e oportunidades concretas para o nosso nicho.

Onde estão os músicos e palestrantes autistas?

O mercado de trabalho, especialmente para músicos e palestrantes autistas, ainda é limitado. Quantos artistas neurodivergentes ganham espaço nas grandes mídias? Quantos autistas estão nos palcos compartilhando suas histórias? A inclusão real não se trata apenas de abrir portas, mas de derrubar muros e garantir que as vozes autistas sejam ouvidas e respeitadas.

O problema da romantização do TEA

Outro desafio é a visão romantizada do Transtorno do Espectro Autista. Muitas narrativas são focadas em gênios prodigiosos, ignorando a diversidade dentro do espectro. Precisamos falar sobre as dificuldades reais, as barreiras sociais e os desafios diários que enfrentamos. O TEA não é um superpoder – é uma condição que exige compreensão, respeito e suporte adequado.

Da teoria à prática: o que fazer?

A conscientização precisa sair do discurso e entrar na ação. Empresas, escolas e a sociedade em geral devem garantir acessibilidade, fomentar a representatividade autista e criar espaços de pertencimento. Precisamos de mais políticas públicas, mais inclusão no mercado de trabalho e, acima de tudo, de oportunidades reais.

Qual a nossa missão dentro da Conscientização sobre o Autismo?

O nicho autista tem um papel fundamental nessa transformação. Precisamos continuar contando nossas histórias, ocupando espaços e mostrando que a neurodiversidade é uma riqueza para toda a sociedade. O Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo não deve ser um dia de discursos vazios, mas um marco para reflexão e ação.

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